sábado, 28 de setembro de 2013

Documentários sobre Angela Davis e Pussy Riot serão exibidos no Festival do Rio




Os documentários "Free Angela and All Political Prisioners" (em português Libertem Angela e todos os presos políticos) e "Pussy Riot: a Punk Prayer" (em português: Pussy Riot: uma oração punk) serão exibidos no Festival do Rio, festival de cinema que acontece de 26 de setembro a 10 de outubro na cidade do Rio de Janeiro. 

"Free Angela" está sendo veiculado no Brasil com o nome de Libertem Angela. Laçando em 2012, a película dirigida por Shola Lynch fala do período em que Davis esteve presa. No próximo domingo, dia 29, o filme é exibido às 15h na Estação Botafogo 1, na quinta-feira, dia 3 de outubro é possível assisti-lo às 21h50 na Estação Vivo Gávea 1 e o último dia de exibição do documentário é no sábado, dia 05, às 14h30 no Centro Cultural Justiça Federal 2. 

"Pussy Riot: a Punk Prayer", dirigido por Mike Lerner e Maxim Pozdorovkin, foi lançado neste ano, e fala sobre a prisão política das três integrantes da banda russa punk feminista Pussy Riot. Na quinta-feita, dia 3, o documentário é exibido duas vezes. A primeira sessão é às 14h e a segunda às 21h15, ambas na Estação Botafogo 1. Na sexta-feira, dia 4, a exibição será às 20h na Estação Vivo Gávea 5 e na quarta-feira, dia 9, às 19h15 no cinema São Luiz 4. 

Sobre os documentários

Angela Davis era professora universitária e militante do Partido dos Panteras Negras nos anos 1970, quando foi envolvida pelo FBI no sequestro e morte do juiz Harold Haley, do condado de Marin, na Califórnia. Até ser presa, seu nome estava na lista dos mais procurados do FBI. Davis foi absolvida após sua prisão política ter recebido apoio da sociedade civil em uma campanha internacional por sua libertação. No filme, ela fala sobre ter sido transformada em símbolo da luta contra o racismo e opressão policial. 


Davis (à esquerda), ainda nos anos 1970, com a escritora Toni Morrison

Ela se formou na Universidade de Frankfurt onde estudou sob orientação de Herbert Marcuse, e tem vários livros lançados, sobre sistema prisional, feminismo negro, raça e etc. Ainda hoje, com 68 anos, Angela dá palestras em vários locais e já foi algumas vezes à Universidade Federal da Bahia (UFBA) e à Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). 


Em 2012, Angela falando no Occupy Washington

Assista o trailer do documentário e confira essa entrevista que Davis concedeu a Gina Bent que fala sobre sistema prisional, gênero, globalização e punição. O material foi traduzido e publicado em português na revista Estudos Feministas em 2003. A ex-líder dos Panteras Negras, Ericka Huggins passou cerca de duas semanas no Brasil, fazendo palestras em diversas universidades. Confira o texto de Juliana Gonçalves, do Blogueiras Negras, sobre a última fala de Huggins que foi realizada na PUC de São Paulo.

Uma oração punk

Em 2012, Maria Alyokhina, Yekaterina Samutsevich e Nadezhda Tolokonnikova protestaram contra a decisão de Vladimir Putin, de unir Igreja e Estado tocando no altar da catedral de Cristo Salvador, em Moscou e foram presas. O documentário, que tem 90 minutos, traz imagens inéditas do julgamento e fala sobre o lado pessoal do grupo. Assista o trailer do documentário.






Greve de Fome


Desde segunda (23 de setembro), Nadezhda Tolokonnikova - que continua presa - iniciou uma greve de fome e se recusa a participar do trabalho escravo prisional para protestar contra os maus tratos que sofre na prisão. Hoje, ela está no quinto dia da greve de fome, e foi internada na unidade médica prisional. Antes de ser hospitalizada, Nadezhda denunciou os policiais que haviam retirado seus suprimentos de água.


Ela cumpre pena de 2 anos na colônia penal n°14, na região da Mordóvia, sudeste de Moscou. No início da greve de fome, Tolokonnikova escreveu uma carta aberta em que conta sua ralidade prisional. O documento foi divulgado por seu marido, Pyotr Verzilov, e fala da punição da pussy riot, que com outras mulheres, deve costurar os uniformes dos policiais.


Nadezhda em still do documentário

Segundo o texto, todas as prisioneiras em sua divisão trabalham cerca de 17 horas por dia. Na carta, Tolokonnikova afirma que continuará em greve “até que a administração obedeça a lei e pare de tratar as mulheres encarceradas como gado”. Leia em inglês a carta de Nadezhda. 

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