quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Li "Tranny", da Laura Jane Grace, e você também deveria



Que leitura angustiante e honesta. É um livro para ler numa sentada só e que me deu uma grande perspectiva sobre a história do Against Me! e da Laura. Para quem gosta de ler sobre rock, vale muito a pena, porque há trechos com detalhes sobre festivais, produtores (como o Butch Vig, produtor musical do Nevermind) e diversos imbróglios da cena musical da Flórida a partir dos anos 90.

Essa foi a primeira vez que li um relato em primeira pessoa sobre transição de gênero e me faltam palavras. É desolador, potente, bonito e de partir o coração em muitos pedaços. Uma pessoa cisgênero nunca vai ter dimensão total disso, mas o que ficou para mim é que essa batalha vale pela redenção de ser quem se é. Não é a toa que em “FuckMyLife666”, música do Transgender Dysphoria Blues, álbum que conta o período de transição, diz:

“No more troubled sleep, there's a brave new world that's raging inside of me”.

Antes da transição, vemos o boy lixo e arrogante que a Laura foi (ou Tom? não sei). Não era pouca coisa e ela mesmo admite. Por isso, não tem como não mencionar esse fato aqui.
É claro que essa leitura é essencial para os fãs de Against Me!, pelo gostinho de ler alguns trechos do livro e do diário e “cantar” as frases de músicas que tocam tão forte dentro de nós. Para mim bateu bem forte, porque consegui ir ao show deles no Brasil em outubro, então está tudo pulsando dentro de mim.

Against Me! @ Carioca Club (SP) - Foto: Ana Laura Leardini

É muito louco escrever isso depois de tanto tempo escrevendo na internet, mas em tempos de #publipost, deixo claro que não ganhei nada para escrever esse mísero texto. Você pode comprar o seu livro aqui. Recentemente, criei um perfil no Instagram para compartilhar minhas impressões de leituras, se quiser conhecer: é @leiacarlaleia.

Antes do show do dia 20 de outubro, criei uma playlist só do Against Me! no Spotify, das músicas que eles tocaram no show do Chile, na ordem do set list. É, ainda não tinha falado aqui, mas esse ano aprendi e comecei agostar de usar o Spotify, mas claro que nada vai substituir o soulseek e os hábitos de gente velha.