Vocês
com certeza se lembram do festival que iniciou 2011 juntando um monte de
garot@s fodas em Salvador, trata-se do Vulva La Vida. Pois é, durante quatro
meses deste ano o coletivo produziu o documentário “Vulva la Vida, Lá vou Eu”.
O documentário retrata a primeira edição do festival, que aconteceu em Salvador, nos dias 19, 20, 21, 22 e 23 de janeiro deste ano. Ele mistura tanto a fase de construção do festival, como os dias de show e oficinas e depoimentos de algumas integrantes do grupo.Nós conversamos com Íris Nery e Nívea Reis – que filmou boa parte do documentário e o editou - a respeito. Perguntas: Carla Duarte, repostas: Íris Nery e Nívea Reis, tradução: Carla Duarte e Íris Nery.
O documentário retrata a primeira edição do festival, que aconteceu em Salvador, nos dias 19, 20, 21, 22 e 23 de janeiro deste ano. Ele mistura tanto a fase de construção do festival, como os dias de show e oficinas e depoimentos de algumas integrantes do grupo.Nós conversamos com Íris Nery e Nívea Reis – que filmou boa parte do documentário e o editou - a respeito. Perguntas: Carla Duarte, repostas: Íris Nery e Nívea Reis, tradução: Carla Duarte e Íris Nery.
The interview is avaiable in english, just scrool and read!
1)
O coletivo Vulva La Vida produziu durante cerca de quatro meses o documentário
“Vulva La Vida, Vida lá vou Eu”, que retrata o festival que aconteceu em
janeiro de 2011 em Salvador. O registro do festival foi feito por Nívea Reis,
integrante do coletivo feminista. Como foi o processo de produção?
Íris:
Pra gente aquilo era tão novo que, desde o ano passado, nós tínhamos a ideia de
registrar o festival de alguma forma, e então, quando dava, a gente filmava
algumas reuniões e outras atividades relacionadas à construção do mesmo.
Daí até o festival em si, nós fomos acumulando alguns materiais audiovisuais,
que foram captados por uma variedade de câmeras, desde profissionais até
câmeras fotográficas digitais, sem um roteiro formalizado e por mais de uma
pessoa. Alguns meses após o festival, resolvemos gravar algumas falas de
mulheres que participaram dele e/ou da organização para estruturar o
documentário, que recebeu o nome de "Vulva La Vida, Vida Lá Vou Eu".
Nivea:
Após ter filmado grande parte dos encontros promovidos
pela convocatória de construção do FVLV, eu percebi que uma parcela daquele
material captado poderia se perder na ociosidade e esquecimento, servindo
apenas como um registro mal acabado de um evento feminista e nada mais. Com a
intenção de levar em frente o projeto de documentário sobre o festival, graças
a sugestão e motivação dada por algumas meninas da organização, decidi
documentar todo o processo do festival e transformá-lo em um produto para
veiculação em mostras, festivais e internet.
Durante as reuniões pré-festival eu pude notar o conteúdo rico que algumas discussões promoviam acerca do feminismo e a variedade de opiniões que cada mulher trazia para aquele espaço. Pude registrar com a câmera momentos únicos de solidariedade, conversas intensas e os conflitos saudáveis comuns à qualquer convivência. Durante os dias do festival contei com a ajuda de Marina Paiva, já que a mesma havia levado uma câmera e se propôs a capturar todos os dias do Vulva la Vida.
Nessas filmagens, estavam registradas as oficinas, os momentos de descontração, as discussões calorosas, a amizade entre as meninas e os shows com as bandas convidadas. Mais de 10 horas de material gravado que precisava ser editado e transformado em um documentário simples, despretensioso, mas com o espírito do riot grrrl em sua cadência. Tendo em mãos todo o conteúdo filmado, partimos para o processo de captura dos depoimentos de algumas das meninas que participaram mais efetivamente da construção do evento. Com a ajuda de Íris Nery, pudemos registrar a opinião de cada uma das participantes à respeito do aprendizado referente ao festival e ao processo de trabalho que se teve em produzí-lo.
Durante as reuniões pré-festival eu pude notar o conteúdo rico que algumas discussões promoviam acerca do feminismo e a variedade de opiniões que cada mulher trazia para aquele espaço. Pude registrar com a câmera momentos únicos de solidariedade, conversas intensas e os conflitos saudáveis comuns à qualquer convivência. Durante os dias do festival contei com a ajuda de Marina Paiva, já que a mesma havia levado uma câmera e se propôs a capturar todos os dias do Vulva la Vida.
Nessas filmagens, estavam registradas as oficinas, os momentos de descontração, as discussões calorosas, a amizade entre as meninas e os shows com as bandas convidadas. Mais de 10 horas de material gravado que precisava ser editado e transformado em um documentário simples, despretensioso, mas com o espírito do riot grrrl em sua cadência. Tendo em mãos todo o conteúdo filmado, partimos para o processo de captura dos depoimentos de algumas das meninas que participaram mais efetivamente da construção do evento. Com a ajuda de Íris Nery, pudemos registrar a opinião de cada uma das participantes à respeito do aprendizado referente ao festival e ao processo de trabalho que se teve em produzí-lo.
Depoimento das integrantes do Coletivo Vulva La Vida |
Esses depoimentos serviriam como fio condutor para costurar a narrativa do
curta e descrever melhor o processo; a partir das variadas opiniões de cada
entrevistada. Com um tempo aproximado de 17 minutos, o documentário Vulva la
Vida - Vida lá Vou Eu, demorou cerca de 4 meses para ser finalizado e a partir
de agora será exibido em diversos festivais do mundo, como o Lady Fest Bogotá e
o Lady Fest Berlim.
2)
O que o documentário traz para quem não participou do festival?
Íris: O documentário, ao meu ver, tenta levar a experiência do festival para outras mulheres e coletivos, de modo a servir de inspiração e mostrar que é possível fazer um evento do tipo sem patrocínio, sem editais, apenas com persistência, união e criatividade! Ademais, o documentário é uma forma de dar visibilidade a essas experiências autônomas que a gente não vê na grande mídia.
Íris: O documentário, ao meu ver, tenta levar a experiência do festival para outras mulheres e coletivos, de modo a servir de inspiração e mostrar que é possível fazer um evento do tipo sem patrocínio, sem editais, apenas com persistência, união e criatividade! Ademais, o documentário é uma forma de dar visibilidade a essas experiências autônomas que a gente não vê na grande mídia.
3) O
documentário será lançado fora do Brasil?
Íris: Graças à rede feminista que se formou de apoio ao festival, o
documentário terá legendas em inglês e espanhol, e estamos articulando a
exibição em outros países do nosso continente, como no Ladyfest Bogotá
(Colômbia) em outubro. O DVD será vendido à 5 reais, com as duas opções de
legenda.
4)
Quando e como será o lançamento do documentário no Brasil? Será possível comprá-lo?
Íris: No Brasil, o lançamento "oficial" será no dia 28 de setembro, que além do mais é uma data simbolicamente importante pois é o Dia Latinoamericano de Luta pela Descriminalização do Aborto. Em Salvador, o lançamento será às 19h na Sala Alexandre Robatto, na Biblioteca Central dos Barris e em breve teremos o cartaz de divulgação. Também estaremos lançando uma Convocatória para receber propostas pra segunda edição do Festival bem como para convocar voluntárias. Nos outros estados também haverá a exibição do documentário na mesma data, e a partir disso vamos começar a vender o dvd para arrecadar fundos pra esta segunda edição do Vulva La Vida, que será em janeiro de 2012 em Salvador.
Íris: No Brasil, o lançamento "oficial" será no dia 28 de setembro, que além do mais é uma data simbolicamente importante pois é o Dia Latinoamericano de Luta pela Descriminalização do Aborto. Em Salvador, o lançamento será às 19h na Sala Alexandre Robatto, na Biblioteca Central dos Barris e em breve teremos o cartaz de divulgação. Também estaremos lançando uma Convocatória para receber propostas pra segunda edição do Festival bem como para convocar voluntárias. Nos outros estados também haverá a exibição do documentário na mesma data, e a partir disso vamos começar a vender o dvd para arrecadar fundos pra esta segunda edição do Vulva La Vida, que será em janeiro de 2012 em Salvador.
Nívea filmando uma das reuniões da convocatória 2010- Nívea recording one of the meetings in 2010 |
5) Vocês acabaram de lançar a convocatória para o Vulva La
Vida 2012. O que vocês podem contar para nós sobre os preparativos do festival do
próximo verão? Quem não vai comparecer ao festival pode enviar sugestões?
Provavelmente a segunda edição do festival será na última semana de janeiro de 2012, e terá mais dias de duração do que na primeira edição. Ademais, permanece a intenção de fazer o verão mais quente, onde possam fervilhar valores e práticas feministas e de solidariedade entre mulheres.
Provavelmente a segunda edição do festival será na última semana de janeiro de 2012, e terá mais dias de duração do que na primeira edição. Ademais, permanece a intenção de fazer o verão mais quente, onde possam fervilhar valores e práticas feministas e de solidariedade entre mulheres.
No período entre 28 de setembro e 28 de outubro, as interessadas em terem uma
participação no festival não só enquanto expectadora, podem enviar propostas de
oficinas, shows, palestras, bate-papos, e o quê mais vier à cabeça, para o
email vulvalavida@gmail.com .
A intenção é construir a programação do Vulva la Vida 2012 a partir dessas propostas, seguindo a ética do faça-você-mesma.
A intenção é construir a programação do Vulva la Vida 2012 a partir dessas propostas, seguindo a ética do faça-você-mesma.
Para quem quiser mais informações sobre a Convocatória 2012 leia no Destemidxs. Postarei aqui também, claro.
Teaser do documentário!
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Vulva la Vida will release documentary
I think that everyone that
reads this blog remember Vulva La Vida festival, a feminist festival that took
place in Salvador, Bahia, in 2011 january. After four months the ladies
produced the documentary “Vulala la Vida, Vida Lá vou Eu”, that is a must watch
for everyone care about feminism, punk, queer, diy or everything together.
The documentary focus on
the production and in the festival, mixing the bulding process to the gigs and
workshop. And the woman of Vulva La Vida Collective they talk about the hard
and happy effort to make something like they did.
From 28 september to 28
october is open the call for submissions for Vulva La Vida 2012. So don’t waste
you time and write everything down and send it for those girls.
I interviewed Íris Nery and
Nivea Reis of the collective about the documentary. Translation: Carla Duarte
and Íris Nery.
Cabeça Tédio: Vulva La vida
collective produced the documentary “Vulva La Vida, Vida lá vou eu” that shows
the festival that happened in january at Salvador, Bahia, Brazil. The shootings
were done mostly by Nívea Reais, one of the girls of the feminist collective. How
it was the production process?
Íris: For us that project
was such a new thing and therefore, since last year (before the festival), we
had the idea of register the festival by some way and then, when we could, we
filmed some meetings and others activities envolving the construction of the
festival. So, untill the festival we accumulated some audiovisual materials
wich was captured by a variety of cameras, from profissionals to digital
cameras, without a formalized script and by more than a person. Some months
after the festival we decided to record some speechs from women who
participated or organized it and use them to structure the documentary, which
received the name "Vulva La Vida, Vida Lá Vou Eu".
Frame of the documentary that Nivea sent just for Cabeça Tédio |
Nivea: I shooted a
big part of the meetings promoted from the call for submissions. With the
intention of making the documentary and with the support of other girls from
the organization I decided to record all the process of the festival. During the days of
the festival Marina Paiva helped me with the recording process because she
brought her own camera and she wanted to shoot everyday of Vulva la Vida.
We recorded more them
10 hours of material and we edited and we thought that de documentary should be
simple, unpretentious, but with the riot grrrl spirit
in its cadence. We also shooted
statements from some of the girls that were involved in the construction of the
event some time after the festival.
The girls’ statements is the thread conductor to sew the documentary
narrative and describe better the process based on the different opinions of
each girl.
The documentary last 17 minutes. It took about 4 months to be finished
and it will be exhibit at Ladyfest Bogotá and Ladyfest Berlin so far.
(CT) What the documentary
brings to those that didn’t attended to the festival?
Íris: The documentary, the
way i see it, try to show the festival expirience for other women and
colective, in a way that can inspire them and show that's possible to make a
festival like that without sponsorship, without without money help from
government or companies, only with persistence, union and criativity!
Furthermore, the documentary is a way to give visibility to these autonomous
experiences which we don't see in the mass media.
Girls meeting to build Vulva la Vida 2011 |
(CT) When and how it the
documentary will be exhibited in Brazil? Will you sell it?
Íris: In Brazil, the
"official" shooting
will be on september 28, which moreover is an important simbolic day because it
is the Latin American Day of Fight for legalization of Abortion. In Salvador,
where we live, the shooting will be at 7 pm at Sala Alexandre Robatto
(Bilioteca Central dos Barris) and we will have the publicity poster soon. Also
we will be releasing a call up
to receive propositions for the second issue of the festival and to call
volunteers. In other states also will happen exhibitions in the same day and
from this we will star to sell the dvds to raise founds to the second issue of
Vulva La Vida, that will happen in January in Salvador, 2012.
(CT) The documentary is going to be release outside of Brazil?
Íris: In goodwill of feminist network that supported the festival the
documentary will have subtitles in english and spanish and we are articulating
the exhibition in other countries of our continent like Ladyfest Bogotá
(Colômbia) in October. We will sell the dvd for U$ 5 with the two options fo
subtitle.
(CT) You justed put out the
call for submissions of Vulva La Vida 2012. What can you tell for us about the
preparation of the festival of next summer? Those that wont be able to attend
can send suggestions for workshops?
Íris: Probably the second
issue of the festival is going to be in the last week of january and will have
more days of festival then the first edition. Furthermore
stays the intention of making the hottest summer where values and feminist
action can effervesce as well the solidarity between woman.
From 28
september to 28 october who wants to participate not only as an expectator can send proposals
of workshops, gigs, talks, lectures and anything else to the email vulvalavida@gmail.com .
The intention is build Vulva la Vida 2012’s schedule based on this proposals, following the ethics of do it yourself.
The intention is build Vulva la Vida 2012’s schedule based on this proposals, following the ethics of do it yourself.
3 comentários:
Foda-se vcs são foda meninas!
Só isso me basta dizer.
Foda-se vcs são foda meninas!
Só isso me basta dizer.
A entrevista está linda!
respondeu a várias de minhas dúvidas hehe!
go riot grrrls!
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