Entrevista com a banda, feita no primeiro semestre de 2008. Perguntas por Carla, respostas por Juninho e Kalota. Foto: BC do Colligere, retirada do myspace da banda.
Quais são as principais influências musicais da banda? Como a mudança na formação afetou a banda e o ep?
Juninho:Na verdade a banda acabou em 2004, ficamos 1 ano parados e recomeçamos em 2005 com uma nova formação. A parte musical naturalmente mudou também, mas as influências musicais não mudaram tanto, apenas adicionamos algumas partes mais trabalhadas, um pouco de jane´s addicion, dinosaur jr. Nas músicas do ep fica mais clara essa pequena mudança.
Qual a(s) banda(s) mais importante na formação musical de vocês? O que vocês ouviam quando começaram a ouvir punk/hardcore e ouvem até hoje? E porque essas bandas exercem influência em vocês como músicos/pessoas/ouvintes de punk/hardcore?
Juninho:No início da banda, pensamos totalmente no hardcore punk americano como dag nasty, embrace, fugazi, rites of spring, e outras bandas dessa linha dischord. Essas bandas representam uma fase muito boa da música punk americana, onde era misturada toda raiva punk com bastante melodia, uma combinação perfeita.
Vivemos ouvindo essas bandas até os dias de hoje, e certeza que iremos ouvi-las por muitos anos mais. Tem uma influência enorme nas nossas vidas, levando em conta vários fatores, letras, música, estilo de vida.
Vou aproveitar a pergunta que Chico (Arma Laranja) fez na edição anterior e faze-la a vocês. Trinta anos depois da primeira explosão do punk, muitos depois do hardcore, e até o verão da revolução já ficou um adulto inteiro pra trás. Porque o punk rock é relevante hoje?
Juninho:Sempre imaginei o punk como uma contra-cultura que veio para ficar, independente das modas,estilos,sempre irá viver na sua forma mais clássica.Pelos motivos que o punk surgiu naquela época, hoje em dia temos mais motivos ainda,muitos mais problemas ao redor do mundo,injustiças sociais,portanto essa postura punk se torna natural quando se vai ao contrário de tudo isso de uma maneira agressiva, contestadora, através da música.O punk rock é muito relevante na vida de muita gente, com ele aprendemos muitas coisas, e esperamos sempre ensinar e aprender dentro dele.
No cd “Cada um em dois”, nos textos, principalmente no “Seu inimigo” senti que são um pouco calcados no Existencialismo, algumas passagens me lembrou “O Estrangeiro” de Albert Camus. Viajei feio ou tem algo por aí? Há alguma influência literária nas letras?
Juninho:Eu não conheço Albert Camus, na verdade quem escreveu esse texto foi nosso antigo baixista, o Tarcísio, daí talvez ele possa explicar melhor.
O que leva vocês a escrever letras como “Tarde Demais” e “A linha tênue”?
Kalota:A musica "A linha tênue" é sobre xenofobia, de pessoas que crêem em uma bandeira e por isso acham que é necessário odiar quem não é do seu pais ou estado. Como diz uma parte da letra "Esse pano não diz nada pra mim..." Acredito que cada pessoa cria sua própria fronteira, e seu próprio ódio interior. O que falta pra muitos é se questionar sobre o porque das coisas, e os motivos que levam a tal tipo de pensamento. "Tarde demais" ao contrário de "A linha tênue" é uma letra bem mais pessoal, que eu fiz pra mim mesmo, sendo assim não vejo motivos pra falar sobre ela.
O número de meninas ativas dentro do punk/hardcore é muito pequeno, salvando as exceções. Porque vocês acham que isso acontece, como "reverter" isso?
Juninho:Quando começamos no hardcore no princípio dos 90, a quantidade de meninas era muito pequena, eram apenas as “namoradas dos caras” e uma ou outra. Realmente triste essa realidade. Nos dias de hoje aumentou pra caramba, na verdade já faz um tempo que se formaram mais coletivos, grupos, bandas de meninas. Na maioria são poucas meninas que aprendem a tocar algum instrumento quando pequenas daí, aprender depois sempre dificulta o processo.
Esse lance que você citou de “reverter” é muito complicado, eu acredito que é pequeno o machismo dentro de várias cenas hardcore, meninas são aceitas naturalmente, mas isso não é o bastante, mas sim outros fatores externos também, como relacionamento com os pais, amigos de outros roles, acho que tudo influi um pouco na educação distinta que temos entre meninos e meninas. Dentro da história do punk as mulheres sempre tiveram em pouco número, de um pouco mais de 10 anos pra cá essa diferença vai diminuindo, agora é esperar para um dia igualar.
Vocês tem um cd (Cada um em dois - Liberation e Vida Simples) e o ep 7” (Todos contra um – Ideal e Waking the Dead) lançados. Existe um próximo disco a vista? A tempos agente houve que vocês talvez venham tocar em Barra Mansa, vocês acreditam que esse ano aconteça? A entrevista acaba aqui, espaço aberto pra vocês.
Juninho:Esperamos gravar um disco este ano sim! O problema maior é que todos da banda tem outras bandas que tocam muito, daí conciliar tudo às vezes se torna um problema. Em Barra Mansa estamos devendo mesmo, eu pessoalmente já toquei muitas vezes com meus outros grupos, e vamos tentar marcar algo para esse ano.Agora aqui no espaço aberto quero agradecer pela entrevista, é sempre ótimo participar de um fanzine nos dias de hoje. Vamos torcer também pra rolar o show em Barra Mansa! Valeu.
Juninho:Na verdade a banda acabou em 2004, ficamos 1 ano parados e recomeçamos em 2005 com uma nova formação. A parte musical naturalmente mudou também, mas as influências musicais não mudaram tanto, apenas adicionamos algumas partes mais trabalhadas, um pouco de jane´s addicion, dinosaur jr. Nas músicas do ep fica mais clara essa pequena mudança.
Qual a(s) banda(s) mais importante na formação musical de vocês? O que vocês ouviam quando começaram a ouvir punk/hardcore e ouvem até hoje? E porque essas bandas exercem influência em vocês como músicos/pessoas/ouvintes de punk/hardcore?
Juninho:No início da banda, pensamos totalmente no hardcore punk americano como dag nasty, embrace, fugazi, rites of spring, e outras bandas dessa linha dischord. Essas bandas representam uma fase muito boa da música punk americana, onde era misturada toda raiva punk com bastante melodia, uma combinação perfeita.
Vivemos ouvindo essas bandas até os dias de hoje, e certeza que iremos ouvi-las por muitos anos mais. Tem uma influência enorme nas nossas vidas, levando em conta vários fatores, letras, música, estilo de vida.
Vou aproveitar a pergunta que Chico (Arma Laranja) fez na edição anterior e faze-la a vocês. Trinta anos depois da primeira explosão do punk, muitos depois do hardcore, e até o verão da revolução já ficou um adulto inteiro pra trás. Porque o punk rock é relevante hoje?
Juninho:Sempre imaginei o punk como uma contra-cultura que veio para ficar, independente das modas,estilos,sempre irá viver na sua forma mais clássica.Pelos motivos que o punk surgiu naquela época, hoje em dia temos mais motivos ainda,muitos mais problemas ao redor do mundo,injustiças sociais,portanto essa postura punk se torna natural quando se vai ao contrário de tudo isso de uma maneira agressiva, contestadora, através da música.O punk rock é muito relevante na vida de muita gente, com ele aprendemos muitas coisas, e esperamos sempre ensinar e aprender dentro dele.
No cd “Cada um em dois”, nos textos, principalmente no “Seu inimigo” senti que são um pouco calcados no Existencialismo, algumas passagens me lembrou “O Estrangeiro” de Albert Camus. Viajei feio ou tem algo por aí? Há alguma influência literária nas letras?
Juninho:Eu não conheço Albert Camus, na verdade quem escreveu esse texto foi nosso antigo baixista, o Tarcísio, daí talvez ele possa explicar melhor.
O que leva vocês a escrever letras como “Tarde Demais” e “A linha tênue”?
Kalota:A musica "A linha tênue" é sobre xenofobia, de pessoas que crêem em uma bandeira e por isso acham que é necessário odiar quem não é do seu pais ou estado. Como diz uma parte da letra "Esse pano não diz nada pra mim..." Acredito que cada pessoa cria sua própria fronteira, e seu próprio ódio interior. O que falta pra muitos é se questionar sobre o porque das coisas, e os motivos que levam a tal tipo de pensamento. "Tarde demais" ao contrário de "A linha tênue" é uma letra bem mais pessoal, que eu fiz pra mim mesmo, sendo assim não vejo motivos pra falar sobre ela.
O número de meninas ativas dentro do punk/hardcore é muito pequeno, salvando as exceções. Porque vocês acham que isso acontece, como "reverter" isso?
Juninho:Quando começamos no hardcore no princípio dos 90, a quantidade de meninas era muito pequena, eram apenas as “namoradas dos caras” e uma ou outra. Realmente triste essa realidade. Nos dias de hoje aumentou pra caramba, na verdade já faz um tempo que se formaram mais coletivos, grupos, bandas de meninas. Na maioria são poucas meninas que aprendem a tocar algum instrumento quando pequenas daí, aprender depois sempre dificulta o processo.
Esse lance que você citou de “reverter” é muito complicado, eu acredito que é pequeno o machismo dentro de várias cenas hardcore, meninas são aceitas naturalmente, mas isso não é o bastante, mas sim outros fatores externos também, como relacionamento com os pais, amigos de outros roles, acho que tudo influi um pouco na educação distinta que temos entre meninos e meninas. Dentro da história do punk as mulheres sempre tiveram em pouco número, de um pouco mais de 10 anos pra cá essa diferença vai diminuindo, agora é esperar para um dia igualar.
Vocês tem um cd (Cada um em dois - Liberation e Vida Simples) e o ep 7” (Todos contra um – Ideal e Waking the Dead) lançados. Existe um próximo disco a vista? A tempos agente houve que vocês talvez venham tocar em Barra Mansa, vocês acreditam que esse ano aconteça? A entrevista acaba aqui, espaço aberto pra vocês.
Juninho:Esperamos gravar um disco este ano sim! O problema maior é que todos da banda tem outras bandas que tocam muito, daí conciliar tudo às vezes se torna um problema. Em Barra Mansa estamos devendo mesmo, eu pessoalmente já toquei muitas vezes com meus outros grupos, e vamos tentar marcar algo para esse ano.Agora aqui no espaço aberto quero agradecer pela entrevista, é sempre ótimo participar de um fanzine nos dias de hoje. Vamos torcer também pra rolar o show em Barra Mansa! Valeu.
Um comentário:
Não rola uma letra maior, pros deficiente visual?
heheh
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