Para saber pedir (e aceitar
ajuda) é preciso agradecer. Amanda Palmer dedicou quatro páginas nos
agradecimentos deste livro, citando o nome das pessoas que a apoiaram na
escrita e em momentos da sua vida. De forma interessante, ela me fez ler toda a
sessão de agradecimentos, tornado-a para mim, parte essencial do livro. Pois
permitiu compreender que pedir e agradecer são dádivas. O agradecer é devolver
o amor de quem, com amor, te ajudou.
A musicista fez lembrar que,
agradecer e pedir estão conectados, e provavelmente serão testados ao longo da
vida. Quando as coisas ficarem duras, quando você sentir o cansaço até nos
ossos e quando você achar que o universo está de sacanagem com a sua cara. Não
se trata do ‘oba oba’ da gratidão, que por vezes pode ser irritante, dependo da forma como falam. Trata-se de manter a fé, porque a experiência da Amanda
também relata que para pedir é necessário ter fé. E para pedir é preciso perder
a vergonha, ser sem vergonha.
Ser sem vergonha, neste contexto,
compreende que você está diminuindo o medo de parecer vulnerável e de ser
rejeitado. Afinal, pedir é aceitar a possibilidade do sim e do não.
“Muitas vezes, o que nos imobiliza é a própria sensação de que não merecemos ajuda. Nas artes, no trabalho, nos relacionamentos, muitas vezes a gente resiste em pedir não só por medo da recusa, mas também porque nem sequer achamos que merecemos o que estamos pedindo. Temos que acreditar sinceramente na validade do que pedirmos – o que pode dar muito trabalho e requer a habilidade de andar numa corda bamba estendida sobre o abismo da arrogância e da soberba. E, mesmo depois de encontrado esse equilíbrio, o jeito de pedir e de receber a resposta – admitindo e até acolhendo o não – é tão importante quando o sentimento de validação.”
De forma generosa, Amanda compartilha
sua vida, angústias, alegrias, suas criações em um livro que nasceu após sua
apresentação no TED Talk e que é tão intenso quanto a sua música. Se você a
conhece pelo The Dresden Dolls, pela sua carreira solo ou por ela também ser a
esposa de Neil Gaiman, não importa. Você merece aprender com ela e relembrar a
importância da empatia, especialmente em tempos em que depressão, ansiedade,
consumo e cidade nos entorpecem de maneira tão forte. É um livro para fãs e
para quem não a conhece, é uma leitura que ajeita de forma carinhosa os seus
sentimentos.
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