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domingo, 30 de agosto de 2015

Mixtape#16: Visibilidade Lésbica

Arte: Cabeça Tédio
No dia 29 de agosto, é celebrado o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica. É fundamental mostrar que as lésbicas existem, resistem, sofrem opressões específicas, são reais e incríveis. Especialmente em um mundo heterocapitalista como o nosso, é importante demais ouvir e celebrar músicas sapatãns que falam sobre crushs, alegrias, amores, tristezas e tudo mais que cabe numa música. Porque isso torna visível o amor entre mulheres e a cultura lésbica. Porque celebrar a resistência e a coragem de ser quem você é, é um ato afetivo, político e incrível de ser fiel a você mesma.

A melhor forma que encontrei para falar sobre a data foi fazendo a Mixtape#16: Visibilidade Lésbica que, obviamente, só tem músicas de bandas e artistas lésbicas. A nossa pauta é sempre divulgar bandas contraculturais feministas, queer e com mulheres. Por isso a capa da mixtape não podia ser outra: Team Dresch, fotografadas por Tammy Rae Carland, outra artista lésbica e feminista que tem como berço o Riot Grrrl.

Team Dresch é/foi uma banda formada por Donna Dresch, Kaia Wilson, Jody Bleyle e Melissa York em 1993. Elas são lésbicas e seus álbuns "Personal Best" e "Captain my Captain" são grandes referências no Queercore, assim como a própria banda.

Em 2013 o blog True Love convocou a Semana de Blogagem Coletiva pela Visibilidade Lésbica e Bissexual e rolaram posts muito bons, como este que fala sobre (in)visibilidades lésbicas na Literatura. O link do True Love está quebrado, mas esta semana o Imprensa Feminista postou muitos textos que recomendo que todxs leiam. Nos educando temos maior potencial para minimizar nossa lesbofobia e sermos pessoas menos babacas.

Alguns blogs celebram a data como dia da Visibilidade Lésbica e Bissexual. Eu não mencionei a bissexualidade para invisibilizá-la, apenas preferi focar na visibilidade lésbica porque acho importante, por ser uma pauta diferente da bissexual e por existir também o Dia Internacional da Visibilidade Bissexual, que é dia 23/09. Ou seja, uma oportunidade para falar apenas sobre as bees.
Tentei criar uma playlist que fosse diversificada para mostrar variadas músicas, artistas e sentimentos. Por isso, além de selecionar bandas da cena punk/hardcore e independente, coloquei artistas como Ellen Oléria e Mary Lambert. Também me preocupei com a sonoridade da mixtape como um todo, por isso tentei encontrar uma unidade musical entre todas. 

Para quem gosta de uma sonoridade mais indie, tem a incrível Allison Weiss. As bandas propriamente ditas do punk/hardcore/queercore são Team Dresch, Longstocking, Songs for Moms, Little Lungs e Feral Future. Não resisti e tive que colocar uns sons mais pop feat bate cabelo com Gossip, The Butchies (num som remix), Uh Huh Her, Tegan and Sara, MEN e fecho a playlist com a calientíssima "Don't You Want It", de Lovers. Fazer mixtapes não é fácil e especialmente esta foi difícil, mas espero que alguém curta, que faça sentido pra você, que seja uma boa trilha sonora e que até mesmo te faça pensar naquela crush que até hoje você tenta entender o que foi. Ufa.

(Temos outras duas mixtapes sobre a comunidade LGBT: Stonewall Riots e Love Wins!)

Tracklist Mixtape #16: Visibilidade Lésbica

01. Ellen Oléria - Geminiana
02. Mary Lambert - She Keeps Me Warm
03. Allison Weiss - Fingers Crossed
04. Little Lungs - Loft Coffin
05. Longstocking - Goddess pt.4
06. Team Dresch - Take On Me
07. Songs For Moms - Coney Island
08. Gossip - Dangerr
09. Feral Future - Xoko
10. The Butchies - Disco
11. Uh Huh Her - Many Colours
12. Tegan and Sara - I Couldn't Be Your Friend
13. MEN - All The Way Thru

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Para ouvir: Eekum Seekum

Coluna do Nandolfo


Consegue imaginar uma banda que faça uma mistura de crust com pop? Não? Então ouça esta. Banda queer de Halifax, cidade da Nova Escócia (Canadá), Eekum Seekum segue exatamente esta linha, música crua e dura como o crust sabe bem fazer, mas com um toque de pop e dance sem sintetizador e com muita distorção. Ainda não consegue imaginar, né? Então ouça as músicas Take Care/Watch Out e A. Smith no bandcamp da banda, elas identificam perfeitamente essa mistura.  

Foto retirada do tumblr da banda

Eekum Seekum tem um material lançado em k7, chamado "Glitter Bomb" (2012) e pelo que li no tumblr da banda, músicas novas estão sendo gravadas. 

Glitter Bomb Cassete (2012)

Há esse vídeo de uma apresentação delxs no festival Harbour Water Fest, em 2012. É curto, mas dá pra ter uma noção da banda ao vivo.


Por falar em festival, a cena punk de Halifax merece um post a parte, porque parece ser bem boa, com um envolvimento bacana em alguns questões que considero importante. Um site que reúne muita coisa sobre o punk nessa cidade é o DIY Halifax!, que traz um apanhado sobre bandas, shows, festivais (procure sobre o Harbour Water Fest que citei ali em cima) e downloads de discos. Recomendo perder um pouco de tempo nesse site, porque algumas bandas dali valem muito a pena. 

E pra fechar, segue abaixo uma pequena entrevista com a banda que fiz por e-mail. Pura simpatia.

1. Quem é a banda, e como vocês se vêem no punk? Eu li no Life Fail zine que a banda começou a tocar no outono de 2011. Como isso começou? E o que significa o nome da banda? 

Eekum Seekum é Emily, Mary, Megan & Ryley. Estamos todxs ativxs em diferentes capacidades com a cena queer e a cena punk em Halifax. Nós começamos a escrever canções juntxs em 2011, mas levou algum tempo para realmente começarmos a tocar ao vivo. Nós nascemos da frustração mútua e um desejo de ver mais perspectivas queers representadas no punk. Algumas de nós nunca tinham estado em bandas antes, enquanto outrxs vem tocando em bandas há uma década. Tem sido uma experiência incrível para nós até agora estar na Eekum Seekum juntxs.
O nome da banda é ao mesmo tempo uma referência e homenagem a uma pequena cidade da Nova Escócia chamada "Ecum Secum" e também à banda Harum Scarum que temos tido influência. Eekum Seekum é um nome bizarro, mas para nós, soa como um terrível monstro marinho extinto vindo das profundezas do oceano para procurar e destruir os inimigos.

2. Pop e Crust. É uma mistura que não faz sentido para algumas pessoas, mas para mim isso é ótimo. E neste clima "doomy" é incrível, eu realmente gosto. Fale um pouco sobre essas influências musicais.
Somos todxs obcecadxs por diferentes tipos de música e geralmente ouvimos coisas diferentes  umx dx outrx. Eekum Seekum tenta combinar o nosso amor pela música pop, dance music, e também hardcore punk e elementos do Crust. Nós temos sido descritxs como "sissy crust" e acho que é uma descrição fofa. Nós realmente não nos importamos demais sobre gêneros. Apenas queremos ser partes iguais ameaçadoras e incríveis. Queremos fazer os meninos do hardcore mosharem em canções sobre fisting e cuspir sangue em seus pés.

3. Eekum Seekum é uma banda queer / feminista. Tenho ouvido algumas coisas novas de pop punk norte-americano, que estão bem ligadas a questões de gênero e violência (agressão sexual, o consentimento, o sexismo). Como é a cena queerpunk e feminista em Halifax?
Halifax é uma cidade agradável para se viver em algumas situações. Nós gostamos de chamá-la de casa,  mas está longe de ser perfeita. A cena punk aqui tem um monte de mulheres tocando em bandas, mais do que a maioria das cidades. Todo mundo está trabalhando na cena nos últimos dois anos e realmente se unindo para fazer melhores bandas, melhores shows e um melhor senso de comunidade. Nós temos tido um pouco de desaprovação de anônimos sobre a nossa banda, nossa política e intenções, mas também uma tonelada de apoio de jovens que não interagem regularmente com a cena punk. Você encontra punks desprezíveis, bêbados, babacas, mas a maior parte da cena cresceu muito e se juntaram mais do que nunca nos últimos tempos.

4. Vocês conhecem/gostam de alguma banda brasileira?
Na verdade estamos um pouco no escuro em relação à bandas brasileiras. Ryley cava um monte de raw black metal/blackened crust vindo do Brasil ultimamente, especialmente Mácula e Ivpiter. Conhecemos também a banda queercore Teu Pai Já Sabe?. Nos diga algumas bandas para conferir!

Alguém se habilita ? O contato da banda é eekumseekumhfx@gmail.com. Escreva!!

sábado, 29 de junho de 2013

Mixtape #7: Stonewall Riots

O Dia do Orgulho LGBT é celebrado no dia 28 de junho. A data marca um evento histórico de resistência e combate à homofobia, o Stonewall Riots (em português, Rebelião de Stonewall), e foi comemorada na última sexta, e contou com diversas manifestações no país contra a "cura gay" de Feliciano. Para lembrar e homenagear a data, fizemos a Mixtape #7: Stonewall Riots. Mas antes de falarmos de música, vamos à história. 

Bar Stonewall em 1969
O bar Stonewall (que fica em Nova Iorque, EUA), foi o palco do que tempos depois marcaria o dia do Orgulho Gay. Stonewall era frequentado pela comunidade LGBT, e em 1969 as batidas policiais em bar gays aconteciam regularmente. Segundo o site The Stonwall Inn NYC, era ilegal servir álcool em bar gays, e que homossexuais dançassem juntos. Durante as batidas policiais, as luzes eram desligadas, e os clientes eram colocados em fila para terem a identificação checada. Drags e pessoas sem identificação eram presas, e era pedido que mulheres vestissem três peças de roupas femininas. As que se recusavam a vestir eram e os empregados e gerentes normalmente eram presos. 






As batidas tiveram um fim diferente no dia 28 de junho de 1969. Houve resistência as prisões, e para se defenderem da violência policial barricadas foram montadas durante três dias. Por isso, a data marca o dia de luta do orgulho gay. Alguém aí se lembra do álbum solo de Renato Russo The Stonewall Celebration Concert? Então, trata-se de uma homenagem do cantor à data histórica.

Na última quarta-feira, 26, Stonewall foi palco de comemoração a decisão favorável da Suprema Corte dos EUA, que a partir de agora reconhece o matrimônio entre pessoas do mesmo sexo. Quer saber mais sobre Stonewall Riots? Leia a HQ feita por Mike Funk

O preconceito, a violência - que as vezes resulta em morte, as piadas, a lesbofobia, transfobia, ainda se fazem presentes, e precisam ser destruídos, e para serem começa em você, que ainda é um preconceituosx toscx. E continua em todxs que estão atentxs a seus atos e sabem que não estão imunes ao erro, até porque desconstruir preconceitos é algo diário, e que nunca acaba. Respeito - e inteligência - não deveria ser assim tão difícil, e enquanto o patriarcado e homofobia são lentamente destruídos dá para ouvir muito som bom. Por isso, a Mixtape#7: Stonewall Riots, tem apenas música feita por queer, pra pra bater cabelo e pra pogar no queer punx style. Apesar do atraso, essa foi a homenagem que o Cabeça Tédio fez a essa data tão significativa.

Mixtape #7: Stonewall Riots 



Tracklist Mixtape 7: Stonewall Riots
01. Mal Blum - Baltimore
02. Ilinx - Queer
03. The Butchies - The Galaxy Is Gay
04. Team Dresch - She's Amazing
05. Longstocking - Equator
06. Dominatrix - Homophobia On A Tray
07. Teu Pai Já Sabe? - Desejos
08. Limp Wrist - The Ode
09. Aye Nako - The Rind
10. High Dive - Tennessee
11. Gossip - Standing In The Way Of Control
12. Le Tigre - Dyke March 2001
13. Tegan and Sara - Closer
14. Men - Who Am I To Feel So Free
15. Gossip - Moving In The Right Direction

Mixtape 7: Stonewall Riots - Download

Ouça online

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Sourpatch disponibiliza "Partied Too Hard" para download gratuito

Sourpatch, banda de San Jose (California) que faz aquele pop punk fofo, disponibilizou para download gratuito em seu bandcamp a gravação de um show ao vivo, chamado "Partied Too Hard". Baixe aqui! Se você gosta de vocal feminino mais agudo, letras sobre coração partido, feminismo, body positive, queer recomendo que você ouça. Algumas bandas que influenciaram o Sourpatch foram: Go Sailor, Tiger Trap e Cub. Os de boa memória podem se lembrar que no Histérica #2 foi publicado um scene report sobre bandas da Bay Area dos EUA, escrito pela Naomi Violet, e o Sourpatch foi citado.

Foto: Steve Louie
A banda existe pelo menos desde 2009, ano em que "Crushin", seu primeiro full lenght foi lançado. Em agosto de 2010 saiu o split em k7 do Sourpatch e Sweater Girls, e a gravação é dos shows das bandas no Athens PopFest, em novembro de 2010 foi lançado o 7" Mira Mija e em janeiro de 2012 o LP Stagger & Fade. Os álbuns foram lançados pelo HHBTM RecordsNo bandcamp da banda é possível ouvir todos os lançamentos, exceto o split com Sweater Girls. 

Ouça a apaixonante e apaixonável "Cinthia Ann"



quarta-feira, 15 de maio de 2013

resenha: Pauta Lixo #2

Fazia alguns meses que eu não lia um zine. Fazia muito mais tempo que eu não lia um zine feito por um amigo. Há alguns anos eu resenhei nesse blog a primeira edição do Pauta Lixo e agora tive a chance de ler a segunda edição do zine, que muito em breve já estará acessível a quem tiver interesse em lê-lo. Acontece que quando leio - e resenho - algo feito por alguém que compartilho opiniões parecidas é sempre meio nostálgico, e ao mesmo tempo, uma forma de me estimular e fazer minhas próprias coisas. Agora que minha parcialidade está definida, só deixo claro que não vou ficar me prendendo a gêneros textuais. Ou seja, talvez eu escreva demais e faça mais digressões do que a categoria “resenha” permite.  


Uma capa laranja (folhas Filipinho fazendo zineirxs felizes há algum tempo) e uma senhorinha com uma bengala impressa e a capa do Pauta Lixo #2 está pronta. Minimalista, sem chamadas na capa. No editorial o Nandolfo diz: “O que está aqui também é um punk visto de fora, já que faz tempo que não vou em shows e participo de uma forma mais bacana”. Esse tal “punk visto de fora” serviu como uma blusa confortável em mim. Seja pela despolitização do punk/hardcore, seja pelas pessoas mais preocupadas em competir ou por apenas não me identificar com o “punk de dentro” me vi representada nessa frase. Quando não há identificação com o “punk de dentro”, o que fazer? Depende de cada uma, mas sei que para se identificar como punk ou com o punk você não precisa estar, necessariamente, dando role. Pode-se continuar fazendo coisas dentro do espírito faça você mesma, pode-se continuar sendo nerd de música. Essa idéia de que “parou de ir em show = desencanou do punk” é muito ZzzzzZzzzzZzzz pra mim. E a idéia de que "dá role em show = punk" também. Acho que as duas coisas são possibilidades, e não verdades universais.

Ao longo de suas 32 páginas o Pauta Lixo traz entrevistas, textos e dicas de banda. Na sessão “Som de Fita” rolam entrevistas com dois selos que lançam k7’s. Uma com o selo Give Us A Chance, de Lille (França) e outra com o selo Spastic Fantastic, de Dortmund, (Alemanha). As duas entrevistas falam sobre o processo de produção das k7’s, da algumas dicas e várias bandas desses locais são citados. Os caras que dão as entrevistas citam algumas empresas que fazem as k7’s, então se alguém por aí estiver procurando por isso pode ler a entrevista e pegar o contato que eles indicam.


Os junkies de música vão gostar do “5 de Pop Punk”, onde o Fernando indica 5 bandas que tocam pop punk. Ele começa já falando da muito boa Parasol, banda de Boston envolvida com a cena queer e preocupada em falar em seus shows sobre a cultura de estupro, privilégios e espaços seguros. O som é uma das coisas mais bonitas que você vai ouvir, porque a voz de Lily é bem bacana. Na seqüência ele indica a AcidicTree, banda punk quase melódica, que faz um som animado e que da vontade de dançar e Sad Girls Por Vida. Rola também a indicação do Peeple Watchin, que segundo Nandolfo é “político, é queer, é grudento, é punk”, ou seja, vamos lá ouvir o bandcamp dels logo. E a coluna termina com a You Me & Us, power trio pop punk fofolete, com aqueles vocais grudentos e bateria sequinha que faz você ficar mexendo os ombros daquele jeito bobo.

A melhor entrevista do Pauta Lixo é a com Parasol, onde els falam mais sobre a banda, os projetos em que estão envolvidos e sobre a necessidade/importância de falarem em seus shows sobre sexismo, racismo, homofobia, patriarcado, violência sexual e etc. Para quem é viciadx em Ladyfests: esse ano a Parasol vai tocar no Ladyfest Philly, junto com Screaming Females, Potty Mouth, Aye Nako e outras bandas. Se você se importa com política, discussão sobre privilégios não deixe de ler essa entrevista.


O zine ainda traz duas traduções, um de um blog e outra de um zine norte-americanos. O primeiro é o “A arte de todas as idades”, de Marlee Grace, que foi publicado em um blog de hardcore. Marlee faz parte da comunidade faça você mesmx de Grand Rapids e de Ann Arbor, cidades que ficam no estado de Michigan, e seu texto fala sobre se dedicar ao faça você mesma e a  fazer shows para todas as idades cobrando preços justos. Mesmo com todo o esforço que isso envolve, ela se dedica a tornar acessível atividades/shows que por aqui podem ser bem caros. O que mais gostei do texto dela foi saber que lá eles tentam pagar as bandas e pessoas envolvidas sem contar com o dinheiro da cerveja. Porque uma vez que você conta com esse dinheiro você precisa estimular o consumo do mesmo. E é legal ver um espaço que tenta criar novas formas de se sustentar. Marlee também faz parte do Division Avenue Arts Collective, o DAAC, e nesse link pode-se saber mais sobre.

O outro texto que o Nandolfo traduziu foi “Vestidos e caminhões de brinquedo e pronomes: a experiência da minha filha com gênero”, escrito por Genelle Denzin e publicado no zine Building Blocs, feito por Lara Daley. Genelle conta como sua filha Paxten (que tinha 5 anos quando o texto foi publicado) vem construindo sua própria identidade de gênero. As pessoas viam Paxten como um menino, e em dado momento descobre sua paixão por vestidos, e passa a vesti-los. Por um tempo, se identificava como um menino que gostava de “coisas bonitas e legais”. Tempos depois, Paxten pediu para ser chamada de Sally. Depois de três semanas Paxten decidiu que queria ser chamada de Paxten novamente, mas dessa vez pediu que a chamassem de “ela”. É um texto sobre amor e medo. Amor pelx filhx e fazer o máximo para estar lá pra elx, agindo por elx, e medo porque ver x filhx viver sua própria identidade de gênero – aquela que não é enxergada pelos outros – é algo que envolve dores, olhares preconceituosos e descobertas.


O zine acaba com um texto do Fernando, que é muito oportuno. Nele, ele se pergunta porque lançar o Pauta Lixo #2, pensando em como sua vida está atualmente, e em como seu envolvimento com o punk ajudou a construir sua percepção de mundo. Sei que se o Pauta Lixo não tivesse saído eu teria perdido uma grande oportunidade de reflexão. Ainda estou digerindo o zine, a entrevista com o Parasol, os textos traduzidos. E mesmo atualmente eu estando muito mais desanimada e desacreditada do faça você mesma, o zine conseguiu me tirar dessa zona de conforto/desconforto e me faz repensar coisas. E ainda, fez um milagre. Me encorajou a terminar o Histérica #3 e até mesmo de tocar adiante o projeto de outro zine.

O fim do texto, e do zine, é um tipo de esperança muito massa, em que Nandolfo reitera a cultura de zines, e espera que ela continue firme e forte na casa dele, para ele fazer muitos zines com a filhinha que está por nascer. E pra fazer inveja nas mães/pais punx: ele faz os livros e zines punks para colorir mais feras que tem. Para deixar qualquer umx com inveja. Quem quiser uma cópia do zine escreva para: pautalixo@gmail.com

terça-feira, 14 de maio de 2013

Beth Ditto tira dúvidas de adolescentes para revista Rookie

São apenas 15 minutos e 43 segundos de vídeo, e ele poderia durar muito mais. A incrível Beth Ditto responde três perguntas feitas por leitoras da revista Rookie, para a sessão "Ask a grown woman". Uma pergunta é sobre como lidar com uma mãe que não aceita a filha que é lésbica, a outra é sobre usar determinado tipo de roupa e ser chamada de não vou escrever isso porque isso não existe e é slut shaming e a última é sobre traição. 


A cantora do Gossip diz várias vezes "Don't hang out with people who make you feel less than amazing", em português "Não saia com pessoas que te façam sentir menos que maravilhosa". Amor próprio não é egoísmo, então, tenha muito amor próprio e veja o vídeo. O áudio está em inglês e não há legenda.

Ask a Grown Woman: Beth Ditto from Rookie on Vimeo.

A Rookie Mag é uma revista virtual para garotas adolescentes (vou contar pra vocês que não adolescentes também gosta da Rookie) editada por Tavi Gevinson. Leia aqui a postagem na Rookie.

domingo, 24 de junho de 2012

Queercore - Procurando por música queer em São Francisco

O documentário "Queercore - searching for queer music in San Francisco", fala sobre algumas bandas - que até então eu não conhecia - de São  Francisco. Ele foi feito por Meredith Heil, e tem uma narrativa interessante, que parte da busca dela por bandas queers. Um carro, amigas e a estrada fazem parte do curta.

Assim que assisti o documentário, pensei em traduzi-lo para exibir no Vulva La Vida deste ano. Fizemos tudo isso, só não rolou a exibição. Tradução feita por mim, e sincronia por Íris.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Tem banda queer ae?


Bandas queers brasileiras: se liguem. A Discos e Afins está organizando uma mixtape queer com bandas brasileiras pro Homoground. Algumas bandas brasileiras que eles já selecionaram: Teu pai já sabe?, Nerds Attack! e Siete Armas

Nerds Attack! - Foto: Maurício Santana
As bandas que quiserem enviar suas músicas podem mandar o arquivo zipado até dia 26 de setembro, segunda-feira, para: discoseafins@gmail.com 







Siete Armas
A Discos e Afins é um coletivo musical, preocupado não só com música. Na ética do Faça Você Mesmo eles produzem zines, informativos, inclusive com temática pró-queer, e atuam como selo e distribuidora, também. 

Já o Homoground é um site especializado em bandas e artistas queers,de diversos estilos. Eles produzem podcastas e mixtapes semanalmente. 


Is there queer band there?

In the next week Homoground is going to publish a queer mixtape compiled by brazilian's Discos & Afins. So far we know three bands that will be participating: Siete Armas, Nerds Attack and Teu pai já sabe? If you want to know more about brazilian queer music stick around cause we will help to spred the compilation.