Baixae |
Eu curtia demais o polarinha porque era a banda que me dava uma folga do barulho. E ainda tinha aquele lance da auto censura, porque achava que por gostar de thrashcore e power violence não deveria
E na medida que lia o texto do Mama, via um monte de coisa da época em que eu mais ouvia Polara. Tem épocas que a gente ouve tanto uma banda e isso deixa bem marcada as pessoas que estavam mais próximas de nós na época. E tem horas que o que você menos precisa é dessas lembranças, aí você acaba dando um tempo de certas bandas. E é bom também ver que o tempo passou e que essas lembranças já não incomodam mais e você volta a ouvir a banda, de boa.
E o texto do Marcelo acabou me levando para coisas boas que eu sentia ouvindo Polara, e os vídeos do show de agora também. Para mim, olhando bem de longe, o pessoal que colou no show vomitou as letras e dançou na cara de seus demônios. E se eu tivesse ido não seria diferente para mim, acho.
São Paulo
Para mim São Paulo sempre foi uma cidade-redenção, cidade-refúgio. Aquele lance bem adolescente e romanceado em que você constrói tão bem uma ideia que até parece que é verdade. Até você de fato ir, conhecer, e ver como as coisas funcionam de perto. E foi na medida que eu comecei a visitar São Paulo que eu fui entendendo melhor as letras do Polara, porque tem sempre algo da cidade, que antes eu não tinha dimensão.
Anos passaram até eu saber o que significa o "vão do masp de tarde". As coisas que eles viveram na cidade impregnaram as músicas de um jeito.. e o Marcelo me disse que "morada dos pássaros" tem uma pegada muito Perdizes. Ainda não sei exatamente o que isso significa, mas sei que lá tem um prédio com o mesmo nome da canção. Sei lá, eu acho super fera ir fazendo essas traduções de letras de bandas queridas e depois cantar a música pensando nas outras dimensões de significado que ela tem, para além daquele que nós mesmxs damos a elas.
São Paulo foi a cidade que me deu e tirou várias coisas e que eu tirei de algumas pessoas também, mas foi lá, que vivi coisas que antes eu diria que não teriam acontecido. De ficar com medo de andar com coletinho com patches (carecas) a ver bandas que eu passei anos ouvindo, a comer as melhores comidas veganas, os melhores shows e tocar na frente de outras pessoas. A lista é longa e chata, e para por aqui.
Além do cinza, de corintianos e cracudos o que existe em SP? Tá, dizem que não tem amor, mas sobram paulistas e paulistanxs com seus sotaques que cantam as musiquinhas do coração. E isso tudo sempre faz lembrar de ficar lá "mó cota" tocando um polarinha e quase atrasando todo mundo.
E é engraçado como algumas bandas te aproxima das pessoas. Você não as conhece há muito tempo, é bem diferente delas, seus signos não batem mas isso tudo não importa quando gosta-se de Polara ( ____________ pense na sua banda que se encaixa aqui).
Não tem amor em sp? Mas tem punk |
Deixo dois vídeos, da mesma música, porque isso deles tocarem a mesma música duas vezes foi massa.
Empate - 1a vez
Empate - 2da vez
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